No rótulo das garrafas da bebida brasileira, desde 2000, era obrigatório conter a expressão “Brazilian Rum”, sem permitir a diferenciação dos dois destilados (rum e Cachaça), que dificultava o marketing do produto brasileiro no Exterior.
O processo de reconhecimento da Cachaça nos Estados Unidos como um produto típico e exclusivo do Brasil teve início, oficialmente, com assinatura de cartas de intenções entre os dois países na última segunda-feira, 9 de Abril.
As cartas foram assinadas pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel e o representante de comércio do Estados Unidos, Ron Kirk. Como contrapartida ao reconhecimento da Cachaça, o Brasil reconhecerá como produtos distintos dos Estados Unidos os uísques do tipo Bourbon e Tenessee.
Além de garantir que a Cachaça é uma bebida típica e exclusiva do Brasil, o reconhecimento vai permitir às empresas brasileiras venderem o seu destilado nos Estados Unidos apenas com a denominação “CACHAÇA” e impedirá o uso da denominação por empresas de outros países.
Como a classificação de bebidas nos Estados Unidos baseia-se na matéria-prima de origem e o rum e a Cachaça são produzidos a partir da cana-de-açúcar, o rótulo das garrafas da bebida brasileira, desde 2000, deveriam conter a expressão “Brazilian Rum” (rum brasileiro), sem permitir a diferenciação dos dois destilados, dificultando o marketing do produto brasileiro. “É um desfecho importante para os dois países de uma negociação que durou os últimos dez anos”, disse Pimentel durante o evento, ocorrido em Washington.
Segundo Cesar Rosa, Presidente do IBRAC (Instituto Brasileiro da Cachaça), entidade de classe nacional, que representa mais de 80% do volume produzido e comercializada legalmente no Brasil e que coordena as negociações do lado privado, “a assinatura das cartas é um momento histórico para a Cachaça e para o Brasil e é o resultado dos esforços conjuntos entre o Governo Brasileiro e o setor privado”.
Os diálogos entre os EUA e o Brasil envolvendo a Cachaça não são recentes, visto que há mais de 40 anos a bebida faz parte de tratativas entre os dois países. No entanto, esses diálogos se intensificaram na última década, após a obrigação da inclusão da expressão “Brazilian Rum” nos rótulos das Cachaças. As discussões sobre o tema têm sido lideradas pelos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pelo Itamaraty e pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), esse último apoiado pelo SEBRAE em Pernambuco.
As exportações de Cachaça para os Estados Unidos estão aquém do potencial de mercado e estima-se que apenas 1% do volume produzido é exportado. Em 2011 foram exportados mais de US$ 17 milhões. Desse total, US$ 1,8 milhão, pouco mais de 10%, foi vendido para os Estados Unidos.
Com o reconhecimento da Cachaça, Rosa acredita que as empresas aumentarão seus investimentos no mercado americano, o que poderá representar um bom aumento nas exportações.
Mais informações: www.ibrac.net
Abril/2012
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